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Ir para novo

Considerações gerais, ideias, projetos e muito mais para quem está a "ir para novo". E para quem tem em casa alguém avançado nesta viagem. Todos os domingos. Alternarei posts gerais e específicos.

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126 - Fazer antes que seja tarde

Bom, é aquela altura do ano em que é costume recordar o ano que passou e fazer a célebre lista de resoluções de Ano Novo. Falei de ambos os assuntos nos posts de 2022 – Resoluções de Ano Novo – e de 2023 – Comecemos bem – que poderá sempre ler ou reler. Mas este ano vou abordar a questão de um outro modo: a célebre lista de “coisas a fazer antes de morrer”, o tema, já agora, do filme “Nunca é tarde demais (The Bucket List)” com Jack Nicholson e Morgan Freeman, que recomendo.

É um tema muito na moda, as livrarias estão cheias de títulos tipo “Filmes a ver antes de morrer”, “Locais a visitar antes de morrer” e muitos outros similares, com uma maior ou menor quantidade de “indispensáveis” – chegam a ser 1000! Mas são listas totalmente genéricas e, muito fracamente, raras vezes coincidem com os nossos gostos.

Sendo assim, há muito boa gente que prefere fazer a sua própria listinha. E sou totalmente a favor, mas... pois, há sempre um mas... Acontece com esta lista o mesmo que com a das resoluções de Ano Novo: é muito bem elaborada, extensa, cheia de coisas “em cheio”, ou seja uma obra-prima, mas fica totalmente, ou quase, por concretizar.

E a razão é a mesma em ambos os casos, demasiada ambição e, acima de tudo, pouco realismo na sua elaboração. Sim, é muito bonito enchê-la de coisas tipo Ir à China, Saltar de paraquedas, Escrever um livro e muitas outras similares e que têm algo em comum: são complexas e, muitas vezes, irrealizáveis atendendo às nossas condições físicas e financeiras.

Só que não tem de ser assim. Ora pensemos um bocadinho. Quantos de nós passam a vida a dizer, “Um dia farei isto ou aquilo” sem dar o menor passo para o concretizar? E, como estamos a ir para novos, talvez seja boa ideia fazer chegar esse dia antes que seja tarde demais, não necessariamente pela morte mas por incapacidade física ou mental.

E nem sempre são coisas complicadas, algumas são, até, bem fáceis de concretizar, basta decidir fazê-las. Vou dar alguns exemplos pessoais para explicar melhor o que quero dizer.

Sonho, desde miúda, ir à Berlenga. Durante anos tive uma boa desculpa, não vivia em Portugal, mas nas últimas três décadas é raro o ano em que não diga, às vezes mais de uma vez, “este ano vou mesmo!” E até é fácil, mesmo sem carro, entre camionetas para Peniche e excursões organizadas. Só que... passa a época em que isso é viável e, nada.

Ou algo ainda mais simples em termos de viagens, ver neve. Não me refiro a esquiar ou ir para uma estância de inverno mas sim a algo tão comezinho como apanhar um comboio até à Guarda ou outro local do interior quando souber que nevou ou está a nevar.

A nível mais pessoal, sempre quis aprender a filetar um peixe, sabe-se lá porquê. Comprei, até, uma faca própria, mas quando vou comprar peixe acabo sempre por pedir que mos cortem lá e fica o projeto adiado mais uma vez.

Não me diga que não tem algo similar na sua vida, lugares às vezes bem pertinho de onde vive e que sempre quis visitar, nunca o fazendo sem que saiba muito bem porquê, talvez por ter caído na inércia do “um dia”, ou coisinhas que sempre quis aprender mas que nunca se dispôs a fazê-lo.

Pois bem, tire uns momentos para pensar nas coisas que tem adiado e meta-as na tal lista, por muito simples e fáceis que sejam. Aliás, há até uma enorme vantagem em pôr umas tantas que pode “averbar” rapidamente. É que ir cortando itens de uma lista dá sempre uma boa dose de satisfação e é um modo fácil de nos sentirmos realizados quando andamos um pouco em baixo.

Mas atenção, não se fique por este tipo de desejos. Se sempre ansiou por algo mais complexo, bom, meta na lista. Mas não meter apenas por meter ou porque acha que fica “bonitinho”, têm de ser coisas que realmente quer fazer.

Só que será conveniente tratá-las de outro modo, é que muitas vezes não saem do papel porque parecem demasiado complicadas. Vamos a uns exemplos.

Se sempre quis ir à Índia, ou algo similar, comece a pensar a sério no assunto. Por exemplo, o que pretende ver / fazer nesse país? Gostaria de por conta própria ou numa excursão organizada? Durante quanto tempo? Muito francamente, atendendo a que as agências de viagens têm todas sites com as suas e que há cada vez mais pessoas a criarem as suas páginas / blogues onde descrevem viagens que fizeram, é bastante fácil fazer um pequeno planeamento, incluindo o muito importante “quanto custará”.

Isto tem duas vantagens. Primeiro, se realmente decidir realizar esse seu desejo não precisa de planear tudo em cima do acontecimento. E segundo, e para mim mais importante, fazer este planeamento pode ajudar a entusiasmá-lo o suficiente para que passe à sua concretização.

E isto aplica-se a quase tudo o que possa pôr na lista. Já agora, e tal como disse nos dois posts anteriores, evitar generalidades, tipo, gostava de aprender línguas – que línguas, com que propósito (ler, conversar?), a que nível? É que quanto mais especificarmos o que pretendemos maiores são as probabilidades de o virmos a concretizar.

Resumindo, fazer uma listinha das coisas que anda há anos a dizer que um dia fará – ou que gostaria de fazer. Misture coisas simples e fáceis com outras mais complexas, lembrando-se de que não há nada “fácil demais” – se sempre quis tomar chá numa certa pastelaria mas acabou sempre por ir a outro lado, ei, é altura de o apontar e tentar depois cortar da listinha.

Último detalhe, esta não é uma lista de “pedra e cal”, podemos sempre mudar de ideias sobre coisas que incluímos e / ou acrescentar-lhe coisas novas.

Resta-me desejar uma boa Passagem de Ano e um 2025 melhor ou, no mínimo, não pior que 2024.

Para a semana: Cuidados no Inverno. Um bocadinho "resumo da matéria dada" para quem tem acompanhado este blogue desde o início

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